A cidade em 2002

8 de novembro de 2018 / Inspiration, Sem categoria / 0 Comments /

Era o ano da vitória de Lula, da chegada de um novo projeto num Brasil que custava a reconhecer a necessidade real de mudança. No dia da votação, em outubro, peguei a câmera e sai vagando pela avenida Paulista. A cidade era uma imundície de imagens, palavras, papéis, faixas e fotos. Praticamente todos os candidatos eram homens e a cor que predominava era o vermelho. Temas como a Alca, mostravam onde estávamos, sempre divididos entre o avanço a qualquer custo e a organização de um espaço equânime. Em meio a todas essas imagens penduradas uma sobre as outras, me lembram fãs que se digladiam para chegar mais perto do ídolo. Um amálgama de objetos que carregavam por trás ideias, promessas, discursos. Mas a imagem que mais me fascina desse ensaio é a do morador de rua deitado sobre um tecido que lhe resta, portando a camiseta de um candidato. Até esse corpo vale como bandeira de propaganda, esse corpo que deveria estar representado nas bandeiras políticas. A distância entre ele, o político e o real se traduz em iniciativas como o aumento de salário para o STF, que conduz a um aumento de todo o funcionalismo público. A quantia poderia ser investida em diminuir as diferenças sociais, mas a quem importa isso mesmo? A quem importou em toda a história da humanidade?



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